Camionistas da Califórnia em greve

Os camionistas californianos em três grandes empresas de transportes entraram em greve na segunda-feira de manhã, exigindo o fim de supostas violações do direito do trabalho, tais como erros de classificação e intimidação.
Esta é a quarta greve iniciada pelos motoristas com o apoio do sindicato Teamsters, mas é o primeiro sem uma data final prevista. Enquanto que as greves anteriores duraram entre 24 e 48 horas, os motoristas estão agora a dizer que não vão voltar ao trabalho até que sejam atendidas as suas reivindicações. “Estávamos fartos. Chegou a um ponto em que os motoristas consideram que já chega”, disse Alex Paz, um antigo motorista da TTSI, uma das três empresas afectadas pelas greves. Paz, que foi demitido no final de Maio, alega que a empresa retaliou contra ele depois de ele ter falado a respeito de violações de direito do trabalho.

Mais de 120 motoristas estão em greve nos portos de Los Angeles e Long Beach, duas das principais artérias de abastecimento na Costa Oeste. Cerca de 40% das importações para os Estados Unidos da América passam por um destes dois portos. As empresas afectadas pela greve são responsáveis pelo transporte de mercadorias para grandes superfícies como Walmart e Target. O National Labor Relations Board apresentou uma queixa contra uma dessas empresas, a Green Fleet Systems, no final de Junho por acusações de intimidação e demissão injusta. Mais ainda do que essas acusações, a questão-chave em jogo nesta disputa é a má classificação. As três empresas afectadas pela greve – Green Fleet, TTSI e Pacific 9 Transportation – classificam os seus motoristas como trabalhadores independentes em vez de empregados, o que significa que não têm de lhes pagar vários benefícios. “Quando a companhia nos classifica de forma errada, é-nos negado a Segurança Social, apoio médico, complementos”, disse Paz. Ele e os outros grevistas argumentam que devem ser legalmente classificados como empregados, o que lhes daria direito aos referidos benefícios e lhes permitia sindicalizar-se.

Esta classificação é endémica à indústria do transporte rodoviário nos portos, de acordo com um relatório conjunto [PDF] do National Employment Law Project (NELP), a Los Angeles Alliance for a New Economy (laane), e o sindicato Change to Win. O estudo afirma que cerca de 65% dos camionistas de porto dos EUA estão mal classificados pelos seus empregadores, custando os motoristas 1,4 mil milhões de dólares anualmente.